Confira o artigo enviado pelo jornalista apaixonado por triciclos, Márcio Alexandre, do Rio de Janeiro, sobre o que são, afinal, estas máquinas de três rodas!
"Triciclo, o que é? Pra que serve? É de comer?" ... Estas foram algumas perguntas que ouvi de amigos e conhecidos quando comecei a dizer que iria comprar um triciclo. Logicamente a última questão é um exagero literário até porque, por mais ignorante que sejam as pessoas, elas não chegariam ao ponto de imaginar que algo com este nome seria comestível. Mas, fato é, que o cidadão comum ainda conhece muito pouco desta simpática e respeitável máquina. O triciclo ainda é visto como algo exótico, às vezes até mesmo por outros motociclistas. Como é um híbrido de moto e de carro alguns chegam, inclusive, a dizer que o triciclista é o motociclista com menos coragem. O que, além de denotar certo preconceito, demonstra absoluta ignorância, visto que, o triciclista é, antes de tudo, um motociclista tanto na prática (a categoria exigida pelo Detran é a de motociclista), quanto na filosofia de vida. Minha decisão de comprar um triciclo partiu da paixão infantil que sempre nutri por essas máquinas. No Rio de Janeiro, até alguns anos atrás, era raríssimo ver um destes circulando nas ruas. De repente, nos últimos quatro, cinco anos, houve um boom que fez com que o triciclo deixasse o limbo onde se encontrava e passasse a ser visto com mais freqüência. Mesmo e ainda assim, não é todo dia nem toda hora que se vê triciclos circulando pelas vias mais movimentadas da cidade. Por conta disso tive que explicar muitas vezes o que era um triciclo, para que ele servia e que não era de comer. Quatro meses atrás comprei meu triciclo. Dei a ele o nome de Elvis. Assim, num só objetivo, fundi minha paixão pelo trike com a paixão pelo sujeito que, além de ter sido um dos maiores, senão maior, cantor de todos os tempos deu o pontapé inicial àquilo que mais tarde viria se chamar rock and roll. O meu Elvis é artesanal, alto, robusto. Já gastei uma grana com ele e ainda gastarei mais um pouco para deixá-lo do jeito que eu quero. Esta é, para mim, uma das melhores características de um trike. Você pode deixá-lo do jeito que quiser. Se você acha legal ter caveiras de boi e acessórios macabros ponha em cima que vai ficar bacana. Você é do tipo que quer conforto, sombra e água fresca? Sem problemas, ponha som, DVD que ele também fica ótimo. Ou seja, o triciclo se adapta facilmente a você e, portanto, torna-se um alongamento de si mesmo. Ficar com a "sua cara" significa ter uma identidade que apenas você tem. Este, para mim, é um dos grandes baratos. Nenhum triciclo é igual. Mesmo os fabricados em série podem e sempre são personalizados para ficarem ao gosto do cliente. A necessidade que o ser humano tem de se destacar na multidão é inerente à própria racionalidade humana. "Penso, logo existo" e só posso existir como indivíduo único e singular. Portanto, preciso afirmar minha identidade. Nos dias atuais vemos como um dos grandes paradoxos do processo de globalização o ressurgimento dos orgulhos nacionais. Ou seja, no momento em que o mundo se torna cada vez menor, mais freqüentemente as pessoas vêem-se desejosas de afirmar suas identidades culturais, religiosas e tradicionais. Assim somos nós, os triciclistas. Nos afirmamos sim, primeiro porque temos orgulho da filosofia de vida que abraçamos. Segundo porque sabemos que os preceitos que nos movem levam-nos a todos para um mundo melhor e mais solidário. Terceiro, e finalmente, porque, no fundo, no fundo, gostamos que olhem e se admirem com nossas máquinas que, artesanais ou produzidas em série, são diferentes e fazem com que nos destaquemos na multidão. Marcio Alexandre M. Gualberto, o Marçola Jornalista Presidente dos Kafajestes MC/RJ Cidade: Rio de Janeiro-RJ Fotos: Marcio Alexandre M. Gualberto (Marçola) Publicado: Tatiana Lopes
"Triciclo, o que é? Pra que serve? É de comer?" ... Estas foram algumas perguntas que ouvi de amigos e conhecidos quando comecei a dizer que iria comprar um triciclo. Logicamente a última questão é um exagero literário até porque, por mais ignorante que sejam as pessoas, elas não chegariam ao ponto de imaginar que algo com este nome seria comestível. Mas, fato é, que o cidadão comum ainda conhece muito pouco desta simpática e respeitável máquina. O triciclo ainda é visto como algo exótico, às vezes até mesmo por outros motociclistas. Como é um híbrido de moto e de carro alguns chegam, inclusive, a dizer que o triciclista é o motociclista com menos coragem. O que, além de denotar certo preconceito, demonstra absoluta ignorância, visto que, o triciclista é, antes de tudo, um motociclista tanto na prática (a categoria exigida pelo Detran é a de motociclista), quanto na filosofia de vida. Minha decisão de comprar um triciclo partiu da paixão infantil que sempre nutri por essas máquinas. No Rio de Janeiro, até alguns anos atrás, era raríssimo ver um destes circulando nas ruas. De repente, nos últimos quatro, cinco anos, houve um boom que fez com que o triciclo deixasse o limbo onde se encontrava e passasse a ser visto com mais freqüência. Mesmo e ainda assim, não é todo dia nem toda hora que se vê triciclos circulando pelas vias mais movimentadas da cidade. Por conta disso tive que explicar muitas vezes o que era um triciclo, para que ele servia e que não era de comer. Quatro meses atrás comprei meu triciclo. Dei a ele o nome de Elvis. Assim, num só objetivo, fundi minha paixão pelo trike com a paixão pelo sujeito que, além de ter sido um dos maiores, senão maior, cantor de todos os tempos deu o pontapé inicial àquilo que mais tarde viria se chamar rock and roll. O meu Elvis é artesanal, alto, robusto. Já gastei uma grana com ele e ainda gastarei mais um pouco para deixá-lo do jeito que eu quero. Esta é, para mim, uma das melhores características de um trike. Você pode deixá-lo do jeito que quiser. Se você acha legal ter caveiras de boi e acessórios macabros ponha em cima que vai ficar bacana. Você é do tipo que quer conforto, sombra e água fresca? Sem problemas, ponha som, DVD que ele também fica ótimo. Ou seja, o triciclo se adapta facilmente a você e, portanto, torna-se um alongamento de si mesmo. Ficar com a "sua cara" significa ter uma identidade que apenas você tem. Este, para mim, é um dos grandes baratos. Nenhum triciclo é igual. Mesmo os fabricados em série podem e sempre são personalizados para ficarem ao gosto do cliente. A necessidade que o ser humano tem de se destacar na multidão é inerente à própria racionalidade humana. "Penso, logo existo" e só posso existir como indivíduo único e singular. Portanto, preciso afirmar minha identidade. Nos dias atuais vemos como um dos grandes paradoxos do processo de globalização o ressurgimento dos orgulhos nacionais. Ou seja, no momento em que o mundo se torna cada vez menor, mais freqüentemente as pessoas vêem-se desejosas de afirmar suas identidades culturais, religiosas e tradicionais. Assim somos nós, os triciclistas. Nos afirmamos sim, primeiro porque temos orgulho da filosofia de vida que abraçamos. Segundo porque sabemos que os preceitos que nos movem levam-nos a todos para um mundo melhor e mais solidário. Terceiro, e finalmente, porque, no fundo, no fundo, gostamos que olhem e se admirem com nossas máquinas que, artesanais ou produzidas em série, são diferentes e fazem com que nos destaquemos na multidão. Marcio Alexandre M. Gualberto, o Marçola Jornalista Presidente dos Kafajestes MC/RJ Cidade: Rio de Janeiro-RJ Fotos: Marcio Alexandre M. Gualberto (Marçola) Publicado: Tatiana Lopes
Dizem,ainda,que o triciclo é a união das duas piores coisas do carro e da moto,ou sejam: PEGA ENGARRAFAMENTO e TOMA CHUVA... mas verdade são maravilhosos!
ResponderExcluir